Logística Reversa e sustentabilidade empresarial: como se conectam?
A logística reversa vem ganhando espaço no mundo todo conforme cresce a preocupação com a sustentabilidade e os cuidados com o meio ambiente.
Vivemos em um momento chave para o planeta. Agir agora é fundamental para evitarmos viver em um planeta hostil.
Hoje, as mudanças climáticas monopolizam a atenção quando o assunto é a preocupação ambiental. Apesar dos avisos de cientistas sobre a importância da questão nas últimas décadas, pouco ou nada foi feito para o enfrentamento do problema.
O descarte de resíduos, contudo, é um problema tão ou mais grave.
Em 2018, alcançamos a marca de 2 bilhões de toneladas de lixo produzidos anualmente, segundo a Organização das Nações Unidas. Até 2025, esse número deve chegar a 2,2 bilhões de toneladas.
Outro dado alarmante que as pesquisas apontam: em 2050, haverá mais plástico do que peixes nos oceanos.
Transformar essa realidade exige mudanças na cadeia de consumo e descarte, passando de uma economia prioritariamente linear para um modelo circular, baseado no reaproveitamento e reciclagem dos materiais.
A importância da logística reversa na diminuição da produção de resíduos
O Brasil é um dos maiores produtores de resíduos do mundo. Segundo a organização não governamental WWF, o país é o 4º maior produtor de lixo plástico do mundo; ao mesmo tempo, a reciclagem ainda engatinha no país.
Embora 30% dos resíduos no Brasil possam ser reutilizados, apenas 3% desse total é reciclado, segundo o Panorama de Resíduos Sólidos 2018, feito pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública.
Mesmo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos completando 10 anos em agosto de 2020, pouco mudou no país desde então – essa legislação estabelece estratégias de prevenção e redução de lixo, bem como metas para o enfrentamento de problemas socioambientais e econômicos causados pelo manejo incorreto dos resíduos.
O problema ocorre por motivos diversos, da falta de incentivos econômicos – o sistema tributário brasileiro taxa mais matéria-prima reciclada do que a virgem – passando pelo déficit de estrutura e a desinformação da população.
Pesquisa Ibope de 2018 apontou que 66% dos brasileiros sabem pouco ou nada de coleta seletiva.
Logística reversa como solução
A logística reversa é uma solução que vem crescendo no mundo e ganhando os mercados, como uma forma de combater o problema do lixo.
Se você ainda não sabe muito sobre logística reversa, pode conferir este outro conteúdo sobre o assunto.
No Brasil, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, tornou obrigatório para alguns produtos o uso da prática, como:
- Agrotóxicos, seus resíduos e embalagens;
- Pilhas e baterias;
- Pneus;
- Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
- Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
- Produtos eletroeletrônicos e seus componentes;
- Produtos comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou de vidro.
Ou seja, para esses tipos de produtos, as fabricantes são obrigadas a viabilizar e restituir os resíduos sólidos, que devem ser reaproveitados em seu próprio ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou destinados de forma ambientalmente correta.
Vale ressaltar que o Brasil chega atrasado nessa corrida. Em países como Estados Unidos, Japão e Alemanha, medidas voltadas à prática são adotadas desde a década de 70.
Apesar da obrigatoriedade e crescimento da logística reversa no país, muitas empresas ainda não adotaram a prática, havendo, porém, iniciativas que devem ser valorizadas.
Sustentabilidade empresarial: 3 casos de sucesso da logística reversa no Brasil
1 – Natura
A Natura é uma empresa reconhecida por sua preocupação ambiental, contando com programa de logística reversa que se destaca pela sua eficiência e alcance.
O Programa Natura Elos é um grande exemplo para empresas dos mais diversos segmentos. Até maio de 2019, a Natura reciclava 33% dos resíduos de embalagens de seus produtos, com o objetivo de alcançar 50% em 2020.
2 – Hewlett-Packard
A HP (Hewlett-Packard), uma das principais fabricantes de impressoras e cartuchos de tintas do mundo, também é um grande exemplo quando falamos de reaproveitamento e descarte correto de resíduos.
No país, a companhia conta com o programa HP Planet Partners Brasil, que permite aos seus clientes o agendamento de datas para descartar cartuchos e toners. O material recolhido é processado e utilizado para produzir novos itens.
3 – Itautec
A Itautec, empresa de tecnologia do Grupo Itaú, vem há alguns anos sendo um exemplo no segmento, no que diz respeito à reciclagem e reaproveitamento de seus equipamentos.
Em 2015, a empresa havia reciclado 140 mil computadores de mesa e 5,6 mil terminais de autoatendimento.
Vale ressaltar que o lixo eletrônico é altamente tóxico; assim, a destinação correta do lixo é fundamental na preservação do meio ambiente e da saúde.
Cuidar do meio ambiente é obrigação de todos, até mesmo da sua empresa
Apesar do antigo desejo do ser humano de explorar o espaço e colonizar outros planetas, a realidade é que possivelmente a Terra será nossa única casa.
Ainda estamos longe de alcançar o patamar tecnológico que permita vencer o desafio da exploração espacial. Cuidar da nossa casa é fundamental.
Nos recentes atos realizados por jovens contra a paralisia, diante das mudanças climáticas que levaram milhões às ruas pelo mundo, foi comum encontrar cartazes com a palavra de ordem “Não Existe Planeta B”, em uma referência à expressão “plano B”, aquele que é aplicado quando tudo dá errado.
Mudar as nossas práticas para evitar o caos ambiental é urgente e é obrigação de todos nós, inclusive das empresas, que precisam compreender que os recursos de nosso planeta não são infinitos.
O que a sua empresa está fazendo para contribuir com a logística reversa?
Investir em ações de sustentabilidade empresarial, promovendo a economia de recursos naturais, a logística reversa e modelos de negócio que causem o menor impacto ambiental possível são ações imprescindíveis.
Vale reforçar que diferentes pesquisas já mostraram que os consumidores estão mais dispostos a comprar de empresas ambientalmente responsáveis e, inclusive, pagar mais caro por produtos similares que sejam sustentáveis.
Quem não entender o que está em jogo, ou a mudança que está ocorrendo agora, e sair do modelo linear para abraçar a economia circular, corre sérios riscos de ser atropelado pelo trem da história.
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Até a próxima!
Postado por Haas Madeiras
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